Posted: sexta-feira, 14 de agosto de 2009 by Ethan M. Warrick in
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Agosto de 2000

- Declan está beijando Chloe na boca, lá no jardim. - disse Ethan para os primos Brian e Brianna, quando se sentou, e seu primo Brian comentou:
- Beijo na boca? Que nojo. - e Brian fez barulhos como se vomitasse.
- Vocês são tão bobos. Beijar na idade deles é normal. E isso é treino, Amber me explicou. E você sabe que os primos sempre fazem isso, Brian, já até pediu para Sophia ensinar a ele quando crescer. - e o irmão lhe mostrou a língua, chamando-a de dedo duro.
- Treino?
- Você sabe que quando arruma um namorado tem que saber beijar, e Chloe queria aprender, então ela pediu ao Declan que a ensinasse, assim como Ty fez com Sophia.
- Ty beijou Sophia?
- Aham. Eles sempre se ajudam nestas coisas...Mas só os que não tem namoradas. Isso é importante.
- Quem será que vamos beijar quando chegar a nossa vez? Temos poucas primas bonitas. - comentou Brian.
- Sabe, podemos fazer um pacto:Quando chegar a nossa vez, nos ajudamos uns aos outros. - disse Ethan e Brianna logo concordou, mas Brian não:
- Eu não vou beijar a Brianna, que nojento....- disse Brian e Ethan disse:
- Podemos ajudar você a encontrar alguém...Temos 10 anos apenas, até lá, conhecemos mais gente, mais garotas bonitas...
- Sybil Arquette, seria bom. Ela é linda, parece uma princesa...- disse Brian sonhador
- Detesto aquela menina, muito metida. - resmungou a garota.
- Você não gosta dela, porque é a mais bonita da classe e te esnoba. - mas a menina ignorou o irmão e disse:
- Ethan...você promete que quando tivermos idade, daremos nosso primeiro beijo um no outro?
- Prometo, Bri...

Alguns anos depois, nas férias antes deles entrarem no terceiro ano em Hogwarts, Sybil Arquette, fez uma festa de aniversario em sua casa, e utilizaram um salão de jogos que ficava na garagem. E entre as brincadeiras, fizeram uma antiga “ Cinco minutos no paraíso’. Meninos e meninas se sentavam em circulo, e giravam uma garrafa, e quando a garrafa parasse, apontando para alguém, este entrava num armário junto com o desafiante e lá eles se beijariam. Você tinha a opção de recusar e pagar um castigo, mas eles estavam na fase de descobertas e auto-afirmação....E todos queriam passar pela experiência...
Quando ele se aproximou dos primos todo feliz por haver dado o seu primeiro beijo, e justo na menina mais bonita da turma deles, Brianna o olhava chateada:
- Você podia ter recusado...
- Está louca? Era para beijar a garota mais bonita que eu já vi... E pelo jeito não vai parar aí, ela esta me chamando...
O namoro de Ethan com Sybil, durou apenas o verão, a mágoa de Brianna, por ele quebrar uma promessa, foi mais longe que isso.


Final de Agosto de 2012

Após as Olimpíadas, meus dias de férias acabaram rapidamente e eu voltei ao trabalho. Era residente em traumatologia em um hospital trouxa, e havia saído de um plantão de 48 horas, e teria outras 48 horas de descanso, das quais um terço, eu com certeza, as gastaria na cama dormindo. Não fui para minha casa, porque minha mãe havia resolvido reformar a casa sem magia, então estava uma confusão tremenda lá. Optei por ir dormir no apartamento de meu primo Brian, que morava perto do hospital, já que ele ficaria fora durante o seu plantão de 48 horas na ala cirúrgica.

Ele se sentia leve...parecia flutuar...Claro que ele flutuava, ele estava sonhando...
Não sonhando um futuro possível...Mas relembrando varias coisas que aconteceram em seu passado...


Eu havia dormido por algumas horas, quando alguém abriu as janelas inundando o quarto com sol, e puxava o lençol da cama, gritando...
- Brian levanta! Temos que ir treinar com...Ethan! O que você faz aqui pelado?
- Não estou pelado...E o que você faz aqui? Não tem nenhuma roupa esquisita para desfilar hoje?- resmunguei enquanto esticava o braço e procurava a camiseta que havia tirando durante o sono. Quando me levantei meu shorts que estava frouxo, quase caiu, mas eu o segurei a tempo. Sacudi a cabeça e ela continuava parada olhando para mim, agarrada ao lençol. E ela estava usando uma roupa esportiva, e um rabo de cavalo. Espreguicei-me e ela disse:
- Foi despejado?
- Não. Vim dormir aqui, porque mamãe, esta reformando a casa à moda trouxa, e eu queria dormir em paz, e você?
- Vim chamar Brian, temos que encontrar tio Caleb, vamos treinar com ele. Acho que ele esqueceu, por isso foi para o plantão.
- É hoje? Eu também esqueci...Droga!
Corri para o banheiro e logo encontrei no armário as roupas limpas que eu sempre deixava na casa de meu primo, e em menos de dez minutos eu estava pronto. Passei na cozinha e peguei duas maçãs. Olhei para Brianna e ela segurava uma mochila. Parecia tensa.
- Você não vem?
- Acho que vou treinar outro dia...
- Não acha que esta briguinha já cansou? Éramos crianças.
- Sim, nos éramos, mas não significa que promessas devam ser quebradas como se não importassem, mas o passado não volta mais, esqueça. Não vou, porque meu irmão faz dupla comigo e...
-Ah, é...Ele sempre te deixa ganhar, por isso o medo de treinar comigo, sabe que não vai ter moleza. - provoquei e ela ergueu o queixo.
- Prepare-se para tomar uma surra.
E ela estava certa. Nunca vi uma garota magrela bater tanto. Quer dizer, Brianna, não era uma daquelas modelos esqueléticas, que fizeram sucesso por muitos anos, ela tinha curvas, que as roupas não disfarçavam, e várias vezes, elas me distraíram.
Na segunda vez que ela me derrubou e riu convencida, resolvi que era hora de mostrar que eu era um páreo duro, pois havia treinado defesa pessoal com um professor muito mais exigente, meu irmão Ty.
Levantei e assumi a postura defensiva e mandei ela vir pro ataque, quando ela girou e levantou o pé para me chutar, eu o peguei e puxei com força fazendo ela cair sentada. Ela se levantou e me chamou, fiz a manobra óbvia que é ir pra cima do adversário e ela se esquivou girando o corpo para me acertar uma cotovelada, que eu impedi dando-lhe uma rasteira que havia aprendido com Gabriel na capoeira. Ficamos trocando golpes, por algum tempo, e após um golpe mal sucedido dela, eu prendi seus braços para trás, e nossos corpos estavam colados.
- Você se rende?- perguntei com a voz rouca na orelha dela.
- Sou uma McGregor. Rendição não é uma opção para nós. - e novamente lutamos.
Ela estava exausta, mas se mantinha de pé, por pura teimosia. Os outros perceberam que aquilo poderia ser um acerto de contas e se dividiram para torcer. Após uma troca de golpes, tio Caleb, encerrou nosso combate, e considerando a técnica, deu a vitória para mim.
Eu havia vencido, mas não me senti vitorioso, quando ela me lançou um olhar de desprezo.

Após o treinamento, tio Caleb nos convidou para tomar um brunch reforçado e nos contar as novidades no mundo vampírico. Voltamos ao apartamento, e não nos falamos durante o percurso. Depois de tomar banho, eu não tinha nada para fazer, e ia chamá-la para ver um filme, quando a vi sentada na sala passando um creme nas pernas. Até poderia ser um daqueles comerciais, se ela não fizesse careta quando alisava as pernas e notei as manchas que estavam se formando em sua pele delicada. Eu fiz aquilo? Senti-me péssimo.
- Deixa que eu faço isso. Onde mais dói??
- Não estou com dor, já tomei um remédio. Estou apenas curando as manchas, com a loção que tio Logan fez para mim, porque tenho que fazer um catálogo amanhã.
- Tire a roupa.
- Nem um jantar antes?- ela perguntou marota e eu respondi sério:
- Quero passar isso nas suas costas, você caiu bastante hoje.
Ela tirou a camiseta e estava usando um top de ginástica por baixo, e vi que já havia pontos arroxeados. Após afastar as alças do top, massageei suas costas e aos poucos as manchas iam sumindo, e no ar havia um cheiro de flores, que eu reconheci como sendo o perfume que ela usava. Enquanto a massageava conversávamos coisas triviais, e riamos de nossas piadas.
Fazia tempo que não me sentia bem com uma garota, especialmente Brianna uma vez que vivíamos brigando nos últimos anos. Ela devia estar sentindo alguma coisa também, pois sua pele embora quente, estava arrepiada. Quando terminei estávamos muito perto e nos encarávamos, ela passou a língua sobre os lábios. Ergui a mão para colocar uma mecha de seu cabelo escuro e comprido atrás de sua orelha, quando o telefone tocou. Ela foi atender, e logo fazia planos para sair com alguém. Devia ser alguém muito especial, pois ela pegou o fone sem fio e caminhou rindo, em direção ao quarto, mas antes se virou e disse:
- Valeu Ethan....- e foi se trocar, me deixando sozinho na sala
Resolvi dormir. Não consegui dormir direito, pois o cheiro de flores me acompanhou durante todo o meu descanso.


Alguns dias depois...


Um trauma estava chegando e eu estava junto com o meu supervisor, Dr. Karev. Eu gostava bastante dele, pois tudo era motivo de aprendizado, enquanto o paramédico passava a ficha do paciente, que era um homem com múltiplos ferimentos a bala.
Ao transferir o homem de uma maca a outra, sentimos o cheiro de álcool. A esposa dele, veio na outra ambulância e junto dela havia um menino magricela, que devia ter no máximo uns seis anos. A mulher de aparência envelhecida, exibia marcas de surras antigas, e o garoto também, além de parecer magro e baixo para a idade.
Olhei para os nós dos dedos do homem e percebi que ele devia socar as coisas em seu caminho. E a mulher também cheirava a bebida e ficava repetindo que tudo ficaria bem, que foi um acidente. Fizemos tudo ao nosso alcance para mandar o homem vivo para o centro cirúrgico e o cirurgião ansioso, que no dia era o Brian.
Depois disso troquei as luvas e enquanto minha colega atendia a mãe, eu fui atender ao menino. Quando levantei as mãos para colocar as luvas, o menino se encolheu. Seu nome era Sean. Tive uma sensação de déja vu, e minhas mãos tremeram. Respirei fundo.
- Eu preciso ver se você não esta machucado, não costumo bater em crianças e só vou me aproximar se você quiser ok? Quero que saiba que aqui você está seguro e ninguém vai te machucar. - o menino me olhou com aqueles olhos grandes e assustados, mas pude ver que ele me ouvia atentamente e aos poucos se deixou cuidar. Limpei os ferimentos, tirei raio-x e percebi varias pequenas marcas de contusões anteriores, e pedi mais exames só para poder acompanhar aquele caso. Numa das vezes que eu verificava sua temperatura, ele disse olhando para o teto.
- Ele vai morrer?
- Provavelmente não...- respondi e o menino respondeu chateado.
- Eu devia ter mirado na cabeça dele...- foi como se eu levasse um soco. Perguntei o mais calmo possível.
- Você atirou nele de propósito?
- Ele estava batendo na minha mãe de novo e ia me machucar muito, ele disse. Aí eu fiquei com medo e atirei nele, como ele sempre disse que ia fazer com a gente. - e depois disso ele não falou mais nada comigo, mas olhava entristecido para o local onde a maca com o seu pai sumido.
Meus outros colegas, cobriram meus casos, e numa das vezes que eu voltava para verificar o menino, ouvi a mãe com o braço engessado dizer ao menino, após Brian dizer que o homem ficaria bem:
- Foi um acidente, quando seu pai acordar você vai dizer, que não fez de propósito e pedir desculpas a ele, ele não vai ficar brabo... - me enfureci e abri a cortina violentamente.
- Ele não vai fazer nada disso. Quem tem que pedir desculpas aqui é aquele animal que bateu nele. Se alguém tem que pedir desculpas aqui, é você que não protegeu o seu filho. Você era a mãe dele, tem a obrigação de protegê-lo, cuidar dele. O que há com você? Este menino devia ser a coisa mais importante da sua vida. Ele é só um menino. E já aviso que quando aquele animal sair da cirurgia, a policia vai estar esperando por ele, e a assistente social vai levar o Sean para um lugar onde ninguém mais vai surrar ele. - e não percebi que eu praticamente gritava aquelas palavras no meio da emergência.
- Ethan, fica calmo...- era Brian pegando meu braço e vi quando a assistente social se aproximou e levou o menino, que me olhou agradecido. O dr. Karev se aproximou e disse tenso:
- Dr. Warrick, o senhor esta afastado deste caso, não cumpriu com seu dever...
- Meu dever é proteger meus pacientes, e era meu dever proteger o Sean, já que ninguém o fez antes....
- Pare de fazer escândalos com os pacientes, ou vou ter que suspendê-lo por mau comportamento e anotar na sua ficha...
- Faça como quiser, eu não me importo. - puxei meu braço da mão do Brian, e sai dali. Andei sem rumo por algum tempo, mas ainda me sentia muito nervoso, já era tarde quando entrei em casa, e ao acender a luz, encontrei Brianna sentada na sala.
Ela não falou nada, quando veio ao meu encontro, eu sabia que Brian já devia ter contado tudo a ela. Ela se se aproximou e passou a mão pelo meu rosto, e eu segurei seus pulsos e a trouxe mais para perto. Eu ainda queria brigar, e isso transparecia no meu rosto, pois a vi engolir em seco. E de repente as palavras foram saindo da minha boca, meu peito doía, como se eu estivesse correndo uma maratona:
- Aquele menino... era eu....Se eu tivesse uma arma naquele dia eu teria matado aquele homem... Ela me trocou por um punhado de drogas....Porque aquela mulher não o protegeu?? Porque minha mãe não me protegeu? Porque ninguém o protegeu?
Apertei seus braços, e sinceramente esperava que ela fugisse, pois seus olhos brilhavam com lágrimas que ela se esforçava para segurar, mas ela não o fez. Brianna se aproximou mais e colou sua boca na minha.
No começo me surpreendi, mas depois, retribui completamente...Senti que havia alcançado a linha de chegada...

Posted: quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 by Ty McGregor in
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Algumas anotações de Ethan McGregor Warrick

O restante do ano passou rápido, e quando Dezembro chegou, eu estava feliz. Eu tinha Alex e Logan como meus pais e ninguém podia me tirar deles, tinha irmãos, tinha um cachorro, tinha uma família enorme que gostava de mim, estava tão adaptado ao mundo bruxo, que até tinha um elfo doméstico que insistia em ficar de olho em mim, mesmo eu dizendo que ele era livre. Incrível não é? Não sempre.
Havia coisas no mundo bruxo que me incomodavam, e muitas vezes eu me achava um ingrato por isso. Uma destas coisas era o fato de Alex, ser auror. Não que eu não soubesse que ela sabia se cuidar, e Ty disse que ela era boa no que fazia, não era isso que me incomodava.
Era o fato de saber que ela podia morrer numa destas missões que me apavorava. E quando ela saiu correndo de casa, para ajudar um amigo em apuros, eu não consegui evitar a sensação de que alguma coisa ruim poderia acontecer com ela.
Logan, quer dizer, papai ficou cuidando de nós por quase dez dias, e mamãe se comunicava através de patronos, ou pela lareira, mas a vez que mais me assustou foi através da projeção astral. No começo foi estranho ver ela inteira na minha frente, toda transparente como um fantasma, mas depois eu me acostumei.
Quando ela voltou, achei que tudo estava resolvido e teríamos um fim de ano tranqüilo, com presentes, festas, e as fábulas de Beedle, o bardo, livro que ganhei de natal de Brianna, para conhecer as historias do mundo do qual eu agora fazia parte. Mas minha família tinha outras histórias para me contar também, algumas que eu sempre achei que só existissem nos filmes de terror...


Faltavam 2 dias para o reinicio das aulas, então resolvemos aproveitar ao máximo. Eu estava nos fundos da casa jogando baseball com Brian e Brianna, Ty, Declan e Sophia, Amber e Chloe, e Cody. Era a minha vez de ser o rebatedor, e quando Declan lançou sua bola, com efeito, eu ouvi Ty gritando que era pra bater com tudo, e foi o que fiz. Bati com força, e sem querer eu arremessei a bola contra a janela da cozinha. Ainda ouvi Ty dizer um opa, antes do som do vidro se quebrando, não pude evitar dizer:
- Você devia ter pegado a bola Bri.
- Estava longe demais. - ela se desculpou.
- Você que é lenta demais. - provocou Brian enquanto todos corríamos para ver o tamanho do estrago na cozinha e vimos Consuela, a cozinheira, toda coberta de molho de tomate, nem dava para ver se ela estava brava. Começamos a rir quando ela correu atrás de nós gritando que era o monstro do molho de tomate. Depois desta farra, mamãe com seus acenos de varinhas deixou todo mundo limpo e quando estávamos na mesa comendo nosso espaguetti, um patrono em forma de águia, entrou pela cozinha e disse com a voz de tio Lu, avisando que estava chegando.
Isso nos deixou um pouco tensos, pois mamãe havia nos contado alguns dias antes, que iríamos hospedar um casal amigo dela que tinham um filho, e que eles eram uma família de vampiros.
Quando ela disse isso, eu achei que ela estivesse brincando e até comecei rir, pois sempre acreditei que vampiros, só existissem nos filmes, e claro que eu não contava Seth e tio Lu como ‘vampiros’, mas quando vi Scully no canto da sala, me olhando assustado, percebi que aquilo era verdade, e fiquei preocupado, isso deve ter aparecido no meu rosto, pois mamãe começou a explicar tudo que ela sabia sobre a família e o porque eles deviam ser bem recebidos.
Ela disse que eles não se alimentavam de sangue humano, apenas de animais selvagens, como fazia tio Lu e Seth, por isso eram chamados de ‘vegetarianos’.
Não demorou muito e logo ouvimos vozes na sala, corremos para lá e vi minha mãe abraçando e beijando os recém chegados. Era tio Lu e tia Mirian, com Ártemis no colo, que logo esticou os braços para o Ty, que a pegou enquanto cumprimentava os pais dela, Seth e sua namorada Luna, e o seu gêmeo Griff, e um jovem casal os acompanhava, e eles traziam um garotinho de uns 2 anos no colo, que olhava a tudo e todos com curiosidade.
O homem, que não parecia muito mais velho que o Ty, era Caleb, a mulher, que parecia uma daquelas modelos de revista, de tão linda que era, chamava-se Megan e o bebê era Edward.
No começo eu ainda os olhava com desconfiança, mas depois de algum tempo, percebi que eles não eram tão diferentes da minha família, pois havia um pai, uma mãe e um filho que se amavam, e isso era o que importava.


Ty havia voltado para a escola há vários dias, e eu estava vendo meu pai e Caleb jogarem xadrez de bruxo de forma acirrada.
Os bebês estavam dormindo e enquanto Haley tinha o tamanho de um bebê de 6 meses, exibindo seus primeiros dentinhos, Edward com pouco mais de um mês de nascido, já tinha o tamanho de uma criança de 2 anos e crescia mais a cada dia. Mamãe e Megan, estavam montando os álbuns com fotos das crianças e conversando sobre as compras que fariam em Paris, quando de repente Caleb ficou rígido e seus olhos desfocados. Megan saltou ao lado dele tensa, com os olhos vermelhos e as presas para fora, meu pai me puxou para trás dele, mamãe se aproximou e após alguns segundos Caleb disse olhando tenso para ela.
- Alex, uma reunião do conselho vampírico foi convocada... - e antes que ele falasse mais alguma coisa, uma coruja enorme entrou pela janela, e trazia uma carta para Caleb. Parecia oficial, pois ela tinha um lacre negro, fechando o pergaminho.
- Mas há anos que eles não se reúnem. Alguma pista dos motivos? - mamãe quis saber.
- Um dos motivos somos nós, e o outro é... São os Chronos. Nós seremos julgados. - Caleb respondeu sério.
- Pelo que Alex me falou, eles têm algumas regras que não podem ser quebradas, e os membros não são muitos...Receptivos a mudanças, não é? - comentou papai e Caleb após algum tempo disse:
- Terei que ir até lá com Megan. Se o pior acontecer, e eu for condenado, seremos mortos. - Nesta hora Megan fez um barulho parecido com um soluço, fiquei com pena dela. Caleb a abraçou e disse olhando firme para meus pais:
- Peço que cuidem do nosso filho, até ele ter idade suficiente para se cuidar sozinho...Serão alguns anos, mas sei que vai ser problemático para vocês.
-Cal, isso não vai ser necessário, vai correr tudo bem...- minha mãe começou a dizer e ele disse sério:
- Espero que tudo fique bem, mas sempre há lutas nestes conselhos e se eu e Megan não sobrevivermos, prometa que vai cuidar do Edward e fazer dele um homem bom. - meu pai foi rápido e o confortou:
- Cuidaremos do seu filho, você tem a nossa palavra, Caleb.
- Obrigado meu amigos.

Quando Caleb voltou do tal conselho dos vampiros, trouxe algumas notícias preocupantes. Ele havia sido julgado pelas acusações de ter se alimentado do sangue de minha mãe, sem a transformar em vampira e expor o mundo deles; por ter se casado com uma humana não bruxa e gerado Edward, o que eles chamavam de aberração por ser mestiço. Odeio esta palavra ¬¬
Por sorte dele, antes do tal julgamento uns vampiros anciões estiveram em nossa casa e viram que o bebê, não era uma ameaça aos vampiros e nem aos bruxos, e atuariam como defensores deles, e fizeram yum trabalho muito bom, e Caleb foi considerado inocente.
Esta sentença significava que eles seriam protegidos e ninguém poderia mexer com ele e sua família sem sofrer as conseqüências. Foi um alívio.
Porém com relação ao caso Chronos a coisa não terminou bem. O julgamento ainda estava em aberto e muitos vampiros queriam a morte deles, contra outros que queriam viver em paz com eles. E uma coisa que notamos foi que o nome de minha mãe aparecia neste julgamento também. Se eles condenassem os Chronos à morte, esta sentença se estenderia a ela. A sala de minha casa estava cheia com os Chronos, os McBride, os tios da Escócia, e quando Caleb mostrou a todos as memórias de que uns vampiros rebeldes fariam uma caçada aos amigos dos Chronos, e isso incluía Emily e Ty, mamãe ficou furiosa, mas tia Mirian lançou uns feitiços calmantes nela, e assim que ela se acalmou, começou a discutir táticas de defesa e ataque, e a fazer a lista de aliados.
Papai convocou os bruxos que defenderiam o rancho, e era tão ‘natural’ ver minha mãe dando ordens das coisas que ela queria fazer para nos defender, e papai a apoiando e fazendo planos junto com tio Lu, e eles pareciam tão unidos e firmes em suas decisões, que só naquela hora entendi que meu medo que ela se machucasse em ação, era idiota. Aqui dentro da nossa própria casa, ela corria tanto perigo, quanto se tivesse saído em missão.

No final daquela reunião ficou decidido que Ártemis e Gaia ficariam protegidas em nossa casa, junto com Edward, esta seria a forma de mamãe ajudar nesta crise, Caleb e Megan ficariam conosco, os Chronos cuidariam de Durmstrang, do Ty e dos sobrinhos que estavam lá, afinal com o torneio Tribruxo acontecendo e a intervenção do Ministério naquela escola, seria mais fácil para tio Lu praticamente dominar a parte defensiva sem chamar tanto a atenção, e os tios Dylan e Ian levariam a tropa McGregor para proteger Emily e Beauxbatons, eles seriam chefiados pelo padrinho do Ty, Sergei.
Só quando vi a quantidade de bruxos entrando e saindo de nossa casa em turnos alternados, é que me dei conta de que esta seria a primeira vez que eu veria uma batalha no mundo novo ao qual eu pertencia. Só me restava torcer para que não chegasse tão perto, e que o nosso lado vencesse no final.