Posted: domingo, 13 de junho de 2010 by Nicholas O'Shea in
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Londres, Abril de 2015

10 Broadway, Westminster - Sede da Scotland Yard


A partir do momento em que se formam na Academia de Aurores, a maior parte dos alunos não vê a hora de começar a viver a rotina do Quartel General, caçando bruxos das trevas e colocando em pratica tudo que levaram três anos para aprender, mas nem todos querem viver somente aquela rotina. Desde que um acordo entre trouxas e bruxos foi feito, juntando forças pela segurança dos dois mundos, todo ano um grupo de novos aurores aguarda ansiosamente pela chance de se juntar ao grupo de elite da policia de Londres, a Scotland Yard.

O programa aceita somente 20 alunos a cada dois anos e a seleção é muito rígida. Os jovens aurores são submetidos a todos os tipos de testes de aptidão e aqueles 20 que se destacam, em uma turma de quase 100, são selecionados. No grupo de aurores ansiosos da turma de 2015 estavam Nick, Connor, Rebecca, Otter e Nigel. Cada um com uma ambição diferente dentro do programa, mas com as mesmas expectativas. O grupo de aurores aguardava pela chegada do capitão da equipe de recrutamento em um auditório lotado e depois que ele fez um discurso sobre o programa, organizou a distribuição dos aurores em grupos, de acordo com as divisões em que pretendiam trabalhar.

Nick se inscreveu na Divisão de Repressão a Seqüestros, Seção de Investigações; Nigel optou pela Divisão de Repressão a Seqüestros, Seção de Negociação; Otter queria trabalhar na Divisão de Inteligência, Seção de Operação de Inteligência; e Connor e Rebecca acabaram se inscrevendo para o mesmo trabalho, na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado, Seção de Investigação.

- Parece que vamos trabalhar juntos – Connor mostrou a ficha de inscrição idêntica a dela enquanto procuravam pelo coordenados de seu grupo.
- Se você não tomar outro porre como no dia se St. Patrick’s, tudo certo – ela o provocou, pois sabia que o amigo ainda ficava constrangido com o incidente.
- E a sua aventura de St. Patrick’s? Teve um desfecho?
- Não... Ensaiei um discurso para terminar com ele, mas me acovardei.
- Então vão se casar?
- Não! Disse que ainda era cedo e ele prometeu não voltar a falar disso.
- Como ele está se saindo? – Connor riu, já sabendo a resposta quando ela revirou os olhos.
- Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado, por aqui! – ouviram uma voz grave chamar e uma mão sinalizando para a direita – Vamos, todos por aqui.

O grupos de aproximadamente 15 pessoas seguiu o homem fardado até outra sala, bem menor que o auditório, e se acomodaram nas cadeiras. Quando todos já estavam sentados a porta foi fechada e uma apresentação de slides começou a ser projetada em um telão, enquanto o homem ia falando sobre a corporação e a divisão que escolhemos. Era uma espécie de SWAT britânica. Quando terminou, ele assumiu o microfone

- Muito se ouve falar que a New Scotland Yard é uma polícia que atua desarmada. Não é de todo errada a afirmação, já que a maioria dos policiais que atuam no policiamento de Londres não utilizam armas de fogo. Nós não somos esses policiais. A Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado é um grupamento altamente treinado, composto por cerca de 2 mil homens, que atuam portando armas de fogo, e que estão sempre à disposição do policiamento ordinário caso o reforço armado seja necessário – uma pequena agitação encheu a sala, mas foi imediatamente cessada – Trata-se do Central Operations Specialist Firearms Command, o CO19, uma das tropas de elite das polícias do mundo. O CO19 conta com snipers (atiradores de elite), especialistas em explosivos, time tático, cães farejadores e equipamento de primeira linha, como pistolas Glock, Metralhadoras MP5 e rifles PSG1. Vocês serão treinados para manejar essas armas e em um mês, os quatro que melhores se saírem nos testes, se juntarão à equipe.

Connor e Rebecca se olharam ansiosos, enquanto o homem saia do palco e seus assistentes distribuíam fichas de inscrições detalhadas aos aurores. Aquele seria um mês intenso, mas ambos dariam o melhor de si para fazer parte daquele grupo.

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Três meses depois

A fase de treinamento havia sido intensa e mais árdua que os três anos na Academia de Aurores, mas no mês seguinte todos os cinco haviam conseguido garantir suas vagas dentro da Scotland Yard. E enquanto Nick, Nigel e Otter trabalhavam dentro da Sede, cada um em seu setor, Connor e Rebecca passavam a maior parte do tempo no campo de treinamento, aperfeiçoando as técnicas de tiro que haviam aprendido durante o recrutamento. Saiam apenas quando Nick localizava alguma situação critica e acionava os serviços do CO19.

Connor começava um treinamento mais intenso para se tornar um sniper e Rebecca estava cada vez mais à vontade trabalhando com o time tático da divisão, mas nenhum dos dois tinha permissão para sair sem supervisão para atender algum chamado. Os quatro selecionados ainda precisariam passar por um longo período de treinamento até que estivessem aptos a sair às ruas sozinhos.

- E ai, como estão as coisas por aqui? – Rebecca sorriu ao ver o primo chegar ao campo. Ele carregava um envelope na mão – Já conseguem acertar um esquilo do alto da Tower Bridge?
- Ei Nick, está perdido? – Connor viu o amigo chegar e se aproximou, travando a arma que carregava.
- Vim a mando do comandante, onde está o supervisor de vocês?
- O que é isso? Alguma emergência? – Connor perguntou ansioso.
- Tem um homem no metrô, parece que está armado e já parou todas as linhas – Nick entregou o envelope ao oficial – O Comandante quer uma equipe tática e snipers lá, imediatamente.
- Ok novatos, se querem uma chance de mostrar serviço de verdade, chegou a hora – o oficial se virou para os aurores novos e alguns já experientes no campo – Quero uma equipe pronta para sair em cinco minutos.
- Boa sorte – Nick fez sinal positivo para a prima e o amigo e voltou para o prédio.

A equipe tática e de atiradores se organizou depressa e antes dos cinco minutos dados pelo capitão já se locomoviam rumo a estação Baker Street. O caos tomava conta do local e a equipe teve que agir rápido para remover as pessoas que ainda circulavam por lá em segurança, enquanto a equipe tática se posicionava para cercar o suspeito. Não foi preciso mais que cinco minutos para que percebessem que não se tratava de apenas um, mas na verdade quatro homens armados fazendo as pessoas dentro do metrô de reféns. Nigel apareceu logo depois que o esquema de operação foi montado, com outros funcionados da Divisão de Seqüestros, e começaram as tentativas de negociação com um dos homens.

- Wade, Storm, vocês vêm comigo – o oficial River ordenou e os dois pegaram as armas, se juntando a ele e ao auror Curtis – Vamos entrar no metrô por debaixo dele. Não façam nada sem a minha autorização, entenderam? – e eles assentiram, ansiosos – São quatro seqüestradores, quero cada um com um deles na mira, os snipers estarão aqui fora com eles na mira também, então esperamos não precisar atirar lá de dentro. Vamos.

River conduziu seu grupo pelo túnel do metrô até o outro lado do vagão onde os homens mantinham mais de 20 pessoas de reféns. As luzes já estavam todas desligadas para dificultar qualquer ação dos homens e alguns minutos depois, os quatro já estavam dentro de um vagão vazio, com uma boa visão dos homens circulando sacudindo as armas para o alto, alguns metros de distancia dali. Utilizando apenas sinais com as mãos, River passou as coordenadas a equipe e eles se dividiram, avançando pelos vagões.

Foi tudo tão rápido que Rebecca não conseguiu memorizar a ordem dos acontecimentos. A equipe já estava dentro do vagão ao lado dos seqüestradores, cada um com um deles na mira, e uma bomba estourou nos trilhões. Curtis perdeu o equilíbrio com o impacto e derrubou a arma, chamando a atenção do homem que estava mais próximo. Rebecca o tinha na mira, mas antes que pudesse reagir ele já havia disparado contra a pessoa mais próxima a ele. Quando o barulho do tiro ecoou pelo túnel deserto, um corpo caiu do outro lado do vagão. Os snipers do lado de fora dispararam quatro tiros certeiros ao ouvirem o disparo e as pessoas no metrô começaram a gritar, mas Rebecca já não via nada ou ouvia barulho algum. Tudo que ela via naquele momento era o corpo de Connor jogado no chão, sujo de sangue, porque ela não havia sido rápida o bastante.