Posted: terça-feira, 29 de março de 2011 by Ethan M. Warrick in
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- Já passa das sete e ela ainda não chegou!- resmunguei e Otter riu:
- Passaram apenas cinco minutos das sete Ethan, Brianna deve estar chegando. Ela mesma me pediu a ‘especial’ da casa.- respondeu o meu amigo e ele indicou a mesa, que era apenas um pouco mais reservada que as outras na pizzaria de sua família, e que também era a mesa onde nós todos nos reuníamos com nossos amigos, por isso ela era especial.
- Hey, o que está havendo? Reunião de cúpula hoje?- disse Connor se sentando no lugar à minha frente e pegando o meu copo e depois de um gole, fez uma careta:
- Por que está bebendo isso? Tem plantão hoje?- fiz que não com a cabeça.
- Ele está esperando a Brianna e não quer estar fedendo a cerveja, quando for implorar para ela voltar para ele.- zombou Otter e eu até abri a boca para negar, mas eles me conheciam muito bem, dei de ombros.
- Uffa, já estava mais que na hora. Mas você vai fazer isso aqui?- perguntou Nigel espantado enquanto se aproximava e Otter resmungou:
- Hey! O que tem de mal em ser aqui?
- Talvez tenha público demais?Dãã?- respondeu Nigel e antes que começasse um debate sobre onde seria o melhor lugar para eu im..., quer dizer, conversar com Brianna, intervi:
- Não é nada disso, Brie quer apenas conversar e foi ela que escolheu a pizzaria.Conversar como dois amigos, só isso.- após uma troca de olhares dos três, Connor disse:
- Aham...Como se vocês não tivessem uma história quente por trás disso.
Nesta hora, percebemos que mais gente chegava, e quando olhei para a porta e Brianna vinha se aproximando e junto dela, estavam Becky e Brian, e ele estava usando roupas normais. Claro que nossos amigos após uma troca de olhares maliciosa, não precisaram de um convite formal para continuarem na mesa conosco, fazia tempo que não tinhamos uma folga e passamos a conversar e a rir como nos velhos tempos, olhei para Brianna e ela disse baixinho, ‘depois’. Eu estava ansioso, mas eu esperaria o tempo que fosse.

How long will I be waiting
To be with you again
I'm gonna tell you that I love you
In the best way that I can

I can't take a day without you here
You're the light that makes my darkness disappear


Ao final da noitada, eu e Brianna levamos um Brian muito bêbado para o nosso apartamento próximo do hospital, e depois de coloca-lo na cama, fomos nos sentar na sala e cada um de nós tinha um drink na mão.
- Esta noite foi incrivel. / Adorei a noite.- dissemos juntos e rimos, sinalizei para ela ir em frente e ela disse:
- Senti muitas saudades de sairmos todos juntos.
- Eu senti saudades de você.- disse direto e ela suspirou:
- Quando eu recusei o seu pedido não foi por não te amar, foi porque eu não me sentia pronta para dividir coisas minhas que iriam interferir em nossa vida juntos.- como eu permanecesse calado, ela continuou:
- Alguns anos atrás, quando eu vivia em Milão, eu comecei a sair com um dos modelos que fazia uma campanha comigo. Havia quimica entre nós, mas também havia muitas brigas e acabamos nosso relacionamento.Então eu descobri que estava gravida, optei por não contar a ele, mas ele soube e achou que eu havia feito de propósito, para prejudicar a sua carreira. Alguns dias depois eu perdi o bebê. Apesar de tudo eu fiquei arrasada, pois apesar de não amar ao pai, eu queria o meu bebê.
- Sinto muito.- eu disse e ela balançou a cabeça e continuou:
-Eu achei que como foi um aborto espontâneo, não havia necessidade de procurar um médico. Foi um erro. Acabei tendo febre, tive uma infecção, e mesmo com todos os tratamentos... Os médicos me disseram que dificlmente eu teria filhos, pois também desenvolvi uma endometriose. Então quando você me disse que queria se casar, para formarmos a nossa familia, eu surtei.
- Mas Brian nunca me contou que você esteve gravida e sozinha...Eu teria ido até você...
- Ninguém da familia soube, quem me ajudou foi Isa McCallister. Ela queria chamar aos meus pais, mas eu não deixei. Como nos tornamos amigas, ela cuidou de mim e mesmo sendo uma amiga antiga do Ty, ela respeitou a minha vontade.- ficamos nos olhando e eu me levantei do sofá para me sentar ao lado dela.Quando me sentei ao lado dela no sofá, tudo o que pude fazer foi segurar seu rosto entre as minhas mãos e me aproximei pra beija-la, quando, um patrono na forma de um labrador prateado irrompeu sala adentro e vinha com uma mensagem de meu irmão:
- Ethan, encontramos a mãe biológica do Liam, precisamos de você no hospital.- e ao mesmo tempo o bip de Brianna tocou. Ela o olhou e confirmou o que eu suspeitava:
- É do hospital! – ela disse.
- Depois voltaremos a conversar? - E ela assentiu e logo saimos do apartamento e fomos para o hospital, a noite prometia ser longa.

-o-o-o-o

Quando chegamos ao hospital, encontrei com Ty que ja veio dizendo:
- Então ele já te pediu em casamento e eu já posso te chamar de minha cunhada favorita Brie?- e ela sorriu,enquanto dava um beijo no rosto de meu irmão:
- Sempre afobado não é Ty?- e ele zombou:
- Ah me esqueci que o Ethan é lerdo com as garotas bonitas, mas pelo jeito de vocês, espero ter boas noticias em breve. - antes que eu dissesse algo vi Micah se aproximando junto com seu irmõ Wes e eles acompanhvam uma mulher com ares de executiva. Percebi que ela tinha as feições rígidas, e logo fomos apresentados. Ela olhava meu irmão com ares de suspeita, mas procurava disfarçar.
- Gostaria de saber porque meu filho, foi entregue a um estranho, bastaria me localizar...
- Tentamos localizar algum membro da familia e não havia nenhuma informação, já que após a autopsia da senhorita Watts, foi constatado que ela não era a mão biológica do menino. Como isso é anormal, ficamos com receio de se tratar de um caso de sequestro e por isso acionei os agentes Wade, Sanders e meu primo Ty McGregor.- e ao ouvir o ultimo nome ela se sobressaltou:
- Mas você disse que seu nome era O’Bannion.
- Também, mas meu último nome é McGregor.
- Senhorita Hennessey, creio que a senhorita sabe que Liam, tem uma marca de nascença, muito parecida com a de minha familia. E isso nos gerou perguntas a respeito do seu pai biológico...
- Liam é meu filho e de Corinne, o pai não participa da criação dele e quanto à marca de nascença, muitas crianças as têm, isso é comum. Agora que já esclarecemos as coisas, gostaria de ser liberada para levar meu filho e mi... Corinne para casa. - nesta hora Declan entrou no hospital com uns papéis na mão e ao ver a mulher ele parou:
- Pietra!- e ela ergueu o queixo orgulhosa e respondeu:
- Declan!- Ele se aproximou e quis saber:
- Como vai você? Nunca mais a vi, depois daquele Congresso em Roma, há quase três anos.- eclan sorriu mas não foi correspondido.
- Estou aqui resolvendo questões legais, sobre a liberação de um corpo e estarei indo embora, amanhã mesmo já tenho reuniões de trabalho logo cedo.
- Ela é a mãe do Liam!- disse Ty e ficou observando a reação da mulher.
- O garotinho que estamos investigando é seu filho? Não sabia que havia se casado... Mas ele havia sido sequestrado?- e a mulher estava cada vez mais desconfortável e Ty disse:
- Liam é filho do Declan não é? E Corinne era a sua companheira. - e a mulher perdeu a cor, mas reagiu tensa:
- Não diga tolices...
- O Liam é meu filho? E quem é Corinne?– e Declan olhava surpreso para a mulher e ela estava constrangida mas não negou e ele após olhar para Ty e Micah, onde percebi um leve assentimento deles, Declan quis saber:
- Aconteceu naquele encontro? – e a mulher disse elevando a voz:
- Não tenho que lhe dar satisfações. Vocês vão me entregar o meu filho ou eu terei que chamar a policia?- e Wes interviu com autoridade:
- Hey, vamos nos acalmar: já temos toda a força policial necessária aqui, sou capitão da Scotland Yard, Wade é da SWAT e McGregor está ligado à Interpol, e somos responsáveis pelo caso, pois o tratamos como um possivel caso de sequestro internacional de crianças. Como não o é, vamos priorizar aqui é o bem estar do garotinho e ja sabemos que ele está sendo muito bem cuidado pelo doutor Warrick.- disse Wes com autoridade e para provar mostrou seu distintivo e isso pareceu acalmar a mulher.
- Dec, perder a cabeça não será bom para nenhum dos envolvidos. Diálogo é a solução aqui, enquanto isso vou providenciar a liberação do corpo de sua amiga, senhorita.- disse Ty e saiu, a mulher se virou para meu primo:
- Podemos conversar em particular? – ela pediu e depois de entrar numa sala, Declan assumiu todo o ar de advogado e disse:
- Você pode voltar para sua casa e fazer o que quiser, mas Liam não vai enquanto não descobrirmos a verdade.
- Quem você pensa que é?
- Pelo jeito eu sou o pai do garoto, e se assim é, tenho direitos...- e a mulher respondeu tensa:
- Direitos? Acho que quando concordamos naquela noite que seria sexo sem compromisso, você não quis conversar muito, afinal teve medo de perder o encontro a três.- Declan, respirou fundo para se acalmar e disse:
- Cora...é de Corinne. Eu me lembro que ela era a mais empolgada....Ela usou um apelido e estava ruiva, por isso não a reconheci agora.
- Sim, ela queria engravidar de você.
- Porque eu? Havia tantos caras na boate naquela noite.
- Mas eu já o conhecia do Congresso, e pelas informações que colhi, vi que era um homem bom e honesto, e quando ela o viu na boate, se sentiu atraída, além de que você não nos tratou como anormais quando falamos sobre a possibilidade de um encontro a três. Nós queriamos um filho e não o queriamos de um banco de doadores anônimos.
- Mas eu me preveni...
- Eu sabotei. Achei que aumentaria as chances de conseguir o bebê de forma natural como ela queria.Só que ao final, quando você continuou demonstrando interesse por mim, me deixei levar pela farra, não achei que apenas uma vez fosse dar resultado.
- Ela não conseguiu então?
- Ah ela conseguiu sim, mas ela teve um aborto com cinco semanas, estávamos pensando em adotar um bebê quando eu percebi que meu ciclo que era irregular, estava ausente. Fiquei chocada quando me vi grávida, não estava nos meus planos, porém não pude interromper a gestação, era o sonho de Corinne.
- Mas não era o seu sonho. Lembro-me que em nossa conversa, você só queria saber de sua carreira, não falou em família.
- Depois que o bebê nasceu, eu saía para trabalhar e Corinne ficava em casa, e realizava o sonho de ser mãe em tempo integral, formamos uma familia como tantas outras, a diferença era que seriam duas mulheres criando um garotinho.
- Você nunca ia me contar?
- Eu e ela haviamos combinado de esperar até o bebê ficar mais velho e iriamos te procurar, afinal Liam iria querer saber quem era seu pai, nunca pensamos que seria desta forma, me desculpe. E agora, que ela se foi, eu não sei o que fazer com ele ou com a minha vida, Declan.
- Pietra, eu gostei de você quando a vi aquela noite, e Cora, quer dizer, Corinne também me atraiu pois havia muita alegria nela.Era iluminada, não tenho outra palavra.
- Sim, ela sempre foi assim, era o meu equilíbrio.- disse a mulher com voz entrecortada e Declan disse:
- Não sabia que um encontro fosse resultar num bebê, mas quero que me deixe assumir a responsabilidade, nos demos bem aquela noite e se pudermos ter bom senso podemos fazer algo bom pelo futuro do Liam, ele merece ser feliz e não estar no meio de uma briga por custódia, porque eu posso não tê-lo conhecido antes, mas não deixarei um filho meu solto no mundo, mas não quero brigas. Vamos tentar fazer isso funcionar, por nós e por Corinne?- e ela concordou.

-o-o-o-o-o-

Depois que finalmente ficou resolvido, que a familia de fato havia aumentado, ajudamos Declan e Pietra a cuidarem de tudo no hospital e os levamos para buscar o pequeno Liam no abrigo, após isso, eu e Brianna voltamos para o meu apartamento. Tiramos nossos casacos e ficamos nos olhando por um tempo e quando a vi mexer em seu lindo cabelo escuro, não me contive mais, me aproximei e segurei seu rosto entre as minhas mãos e a beijei. Não havia mais a necessidade de palavras ou explicações. Ficaríamos juntos.

When I hold you in my arms
I know that is forever
I just got let you know
I never wanna let you go

'Cause when you look me in the eyes
And tell me that you love me
Everything's alright (it's alright)
When you're right here by my side (by my side)

Nota da autora: trechos da música ‘When you look me in the eyes’, Jonas Brothers

Posted: quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011 by Ethan M. Warrick in
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Algumas anotações de Brianna O’Bannion McGregor

Já havia passado dois dias que o pequeno Liam estava sob a guarda de Ethan, e eu havia sido chamada ao hospital pelo legista chefe. O corpo da mãe do garoto de nome, Corinne, ainda não havia sido reclamado, e embora eu não gostasse de ir ao hospital no turno da manhã, eu teria que fazê-lo.
Quando entrei, já fui direto até a chefia de enfermagem e mostrei o meu crachá. Claro que mesmo estando de jeans e camiseta, algumas pessoas começaram a me reconhecer, afinal eu havia deixado de fotografar há poucos meses, e eu não me incomodava com o reconhecimento, e até conseguir chegar ao legista, eu havia dado alguns autógrafos e tirado algumas fotos.
Quando cheguei ao sub-solo, e entrei na sala do legista, ele estava ocupado no meio do café da manhã, tudo seria normal se não houvesse um corpo coberto com um lençol na frente dele.
- Bom dia, T.W!- o cumprimentei e ele me olhou por cima do copo de café e me encarou por alguns segundos.
Isso era comum, desde quando ele me conheceu, alguns meses antes. Ele era um homem que não havia chegado aos 40 anos e embora lidasse com os mortos, era uma pessoa agradável, e já havia me convidado para sair umas duas vezes, e eu gentilmente recusei, ele pareceu encarar bem o fato de que seriamos só amigos. Após alguns segundos, em que ele tomou um pouco de seu café forte, ele quis saber:
- Muitos autógrafos no caminho?
- Alguns, mas com o tempo as pessoas se acostumarão com a minha presença. Então, porque me chamou tão cedo?
- Você está responsável pelo caso do Liam Hennessey, não é?- assenti e comentei:
- Ele está sob a guarda do E..., doutor Warrick. Há particularidades neste caso que precisam ser investigadas, não queria enviá-lo a uma familia provisória, sem uma averiguação mais detalhada. – ele me olhou sério e sorriu cínico dizendo:
- Bem, então acho que finalmente teremos o nosso encontro para um café. – abri a boca para recusar quando ele continuou: - Eu descobri algumas coisas importantes para o caso. Bolinho de amora? - acabei me sentando e enquanto mordia o bolinho que ele me deu, ele me relatava as suas descobertas.

-o-o-o-o-o-

No final da manhã, após entrar em contato com algumas pessoas, e atender a um chamado para pedido de ajuda do governo, eu precisava falar com Ethan. Aparatei perto do abrigo, e caminhei até chegar no jardim, que tinha brinquedos espalhados, e como eu ainda não conhecia o lugar, andei até a parte de trás. Acabei chegando perto da cozinha, e vi pela janela uma mulher bonita, com cabelos escuros, segurando o pequeno Liam na lateral do corpo, enquanto Ethan estava tão perto que tive a impressão que os abraçava, e os três riam de alguma coisa. Senti como se houvesse tomado um banho de água fria, pois eles pareciam a familia que Ethan quis formar comigo e eu recusei. A mulher parou de sorrir, pois percebeu a minha presença, e Ethan ao me ver, sussurrou algo no ouvido dela e ela passou o bebê para ele e veio abrir a porta.
- Olá, sou Gwen, e você é Brianna, seja bem vinda.- acabei sorrindo de volta, pois nos olhos dela eu percebi uma acolhida sincera.Ethan me olhava sério e segurava o Liam protetoramente.
- Obrigada. Eu preciso conversar com você, sobre o Liam. - disse olhando-o séria e quando me aproximei fiz carinho no menininho que sorriu para mim.
- A guarda ainda é minha não é? Só consegui falar ontem com o Ty, e ele vai investigar...
- Eu já conversei hoje com o Ty e com o Micah também.Descobrimos algumas coisas sobre ele, e eu preciso contar a você. – Gwen se aproximou de Ethan e colocou uma mão em seu ombro, como que para acalma-lo e disse:
- Eu posso levar Liam lá para dentro para tirar uma soneca enquanto vocês conversam, qualquer coisa chamem.- e saiu me deixando com Ethan na cozinha.Olhei para ele e me preparei para falar sobre o garoto, mas o que saiu foi:
- Vocês estão juntos?- ele ergueu uma sobrancelha e eu me senti ridícula, quando ele desviou da pergunta:
- O que você quer falar a respeito do Liam?
- O legista do hospital descobriu que Corinne, não é a mãe biológica do Liam, sequer tem o mesmo tipo sanguíneo e nunca passou por uma gravidez. Penso que pode ser um caso de sequestro, então falei com Ty e Micah e eles estão investigando os casos de crianças trouxas desaparecidas. E como Ty já sabia sobre a marca nas costas, ele quer que os homens da familia façam exames de DNA para tentar descobrir algum parentesco conosco, e como você já havia colhido o sangue de Liam, não precisa leva-lo lá novamente. Brian estava no hospital já fez o dele e o do Ty. Faltam o meu pai, tio Dylan, John e Declan.Já pedi ao juiz da vara de infância que renove o pedido de guarda do garoto por mais uma semana, temos que ganhar tempo por causa das investigações. - e ele disse:
- Bom!- e ele após me olhar um tempo, ofereceu um chá que eu comecei a recusar, mas ele disse:
- Brianna...Você gostaria de sair qualquer dia? Não nos falamos há muito tempo.
- Não sei, Ethan...Muitas coisas mudaram...- olhei para a porta em que Gwen havia saído e ele disse:
- Gwen é uma mulher bonita, mas é uma amiga e me ajuda muito aqui. – como eu o olhasse desconfiada, ele disse se aproximando:
- Eu não estou pedindo para você voltar para mim, imagino que você tenha conhecido alguém, mas eu sinto a sua falta, Brie. Nós podemos pelo menos ser amigos, não é?
- Não.- eu disse e ele pareceu ter tomado um soco, e deu um passo atrás, mas eu me aproximei dele e disse:
- Não, eu não conheci ninguém, e gostaria muito de sair com você, precisamos conversar. Pizza às 7?- ele pareceu um pouco decepcionado, mas logo concordou e antes que falássemos mais alguma coisa, os filhos de Gwen chegaram da escola e começou uma verdadeira festa entre Ethan e aqueles garotos.
Nos despedimos, pois eu ainda teria que voltar ao hospital, mas a nossa troca de olhares era cheia de promessas. Eu precisava de um lugar neutro para encontra-lo e a pizzaria da familia do Otter, era o local ideal, pois eu finalmente diria a ele o porque de não aceitar o seu pedido de casamento, e se ele estiver disposto a me perdoar, quem sabe não possamos ter uma nova chance?

Continua.....

Posted: quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 by Ethan M. Warrick in
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Meados de janeiro de 2014

Uma coisa que eu tinha que admitir era que Brian tinha razão: Quando a nossa familia e amigos souberam que eu havia criado um abrigo para ajudar vitimas de abuso, formou-se um mutirão para ajudar. Passamos um fim de semana pintando e reformando a casa, minha mãe juntou roupas, sapatos, brinquedos e livros infantis. Ty junto com meu pai, além de pegar no pesado como consertos de torneiras e pintura, cuidaram de fazer barreiras de segurança, John, Declan e Mary, os advogados da familia, se encarregariam da parte jurídica, e o apoio de minha familia me fez ter certeza de havia feito a coisa certa.
Gwen no começo se sentia um pouco insegura pelo fato de a casa estar em uma área onde trouxas e bruxos conviviam, optamos em manter uma certa vigilância, então, sempre havia um quarto preparado para que eu, Brian ou algum outro membro da familia, dormisse ali e garantisse a segurança. Gwen, se sentia envergonhada por não ter recursos para se manter, então minha mãe deu a ideia, dela ser administradora do abrigo, pois assim ela sempre estaria em casa para quando os filhos voltassem da escola, teria um salário, além de poder se curar do trauma causado por um marido abusivo. Ela era uma mulher fantástica, muito forte, decidida e quando recebemos outras pessoas, percebia que ela as recebia por amor e não porque recebesse um salário. E isso, era digno de admiração e respeito.

-o-o-o-o

-Ai!- foi a palavra mais suave que saiu de minha boca quando acertei o dedão do pé, na caixa que estava num canto do meu apartamento perto do hospital, naquela manhã. Era a caixa com as coisas que ficavam na casa de Brianna e que apesar de quase um ano de rompimento, eu nunca mexi nela. Enquanto meu dedo latejava e eu resolvi que já era hora de pôr as coisas no lugar. Virei a caixa em cima da cama e além de roupas, sapatos, livros e Cd’s, vi o brilho de uma presilha que Brie usava para prender os longos cabelos escuros, no meio das minhas coisas. Sabia que ela adorava aquela presilha e devia ter posto na caixa por engano. Toquei a presilha e pensei ter sentido o cheiro do xampu que ela usava, e senti uma pontada de frustração.Patético eu sei. Mesmo tendo saido com outras garotas neste tempo separados eu ainda a amava.Talvez fosse hora de eu tomar as rédeas da situação e saber de uma vez por todas se eu ainda teria alguma chance com ela. Se ela ela dissesse sim, eu aceitaria que não teriamos filhos, aceitaria que morássemos em casas separadas, aceitaria até que ela não usasse o meu nome, desde que eu pudesse ouvir o riso dela pela manhã, ao acordar. Mas o soar do meu bipe, me fez deixar para resolver meus problemas pessoais depois.
- O que temos aqui?- perguntei enquanto colocava as luvas e a enfermeira me atualizava:
- Mãe, de pouco mais de 30 anos, com filho de 2 anos na cadeirinha, contra um ônibus onde o motorista sofreu um ataque cardíaco. O Doutor McGregor, está com ela em cirurgia, o caso é muito grave, o doutor Karev está fazendo uma angioplastia no motorista.A coisa está feia, alguns passageiros se machucaram bastante, a equipe está toda aqui.
- Como está o bebê?
- Com ótimos reflexos, sinais vitais estáveis, um corte na testa, tem pulmões fortes. Achei que você era o melhor para cuidar dele, nasceu para ser pai.
- Isso é uma indireta, Carol?- impliquei pois sabia da vontade de Carol de casar e ter filhos.E, sim nós tinhamos uma história.
-Você sabe que você seria a minha primeira escolha, Doutor Warrick, mas como seu coração já tem dona, eu ainda continuo na busca.- ri quando ela passou a mão em meu queixo, suspirando.
Fui até o local onde o bebê estava internado e comecei a cuidar dele. Limpei seu corte, fiz a sutura de forma a não deixar cicatriz e o peguei no colo do mesmo jeito que fiz com os vários bebês da familia e aos poucos o garotinho começou a se acalmar. Ele tinha cabelos escuros e vivos olhos cinzentos. Tirei suas roupas sujas de sangue para troca-lo quando congelei com o que havia em suas costas.

14 horas depois

- A assistente social já chegou?- perguntei para a recepcionista novata da ala pediátrica.Ela me olhou com cara de poucos amigos, continuando a lixar as unhas.
- É madrugada, doutor, melhor ir para a sua salinha de descanso...- disse atrevida e dei um tapa forte no balcão para chamar a sua atenção, fazendo os papéis pularem:
- Não me importa o horário, quero uma assistente social aqui para ajudar ao meu paciente,se vira ou vou cuidar para que você possa lixar as suas unhas em sua casa permanentemente.- disse irritado deixando a mulher de olhos arregalados. Minha bronca surtiu efeito, pois ela começou a teclar assustada ao telefone.
Voltei para o quarto do garoto e uma enfermeira havia acabado de dar a sua mamadeira, peguei-o no colo para que arrotasse, quando ouvi uma batida na porta.
- Foi daqui que pediram um assistente social?Só consegui pegar o recado agora, estava em outra chamada, na ala psiquiátrica...- virei-me e encontrei Brianna parada na porta. Nos olhamos e ela se recuperou do choque mais rapido.
- Demorei porque eu estava na ala psiquiátrica do Hospital , o que temos aqui? – disse pegando o prontuário do garotinho.
- Este é o Liam. A mãe não resistiu aos ferimentos, pareciam estar de férias, não havia telefone de contatos de emergência. Eu quero saber se eu posso levá-lo para casa e ser responsável por ele, até encontrarmos algum parente.
- As coisas não são decididas assim, Ethan. Há toda uma burocracia e você é um homem solteiro, com um ritmo de trabalho extenuante, não teria tempo para cuidar de uma criança.Há casais cadastrados que já foram avaliados pela agência e ficariam felizes em cuidar dele.
- Já pedi uns dias de folga do hospital, sou um excelente médico, e um ótimo tio. Já cuidei de crianças pequenas antes. Não sou um pervertido sexual e sou financeiramente estável, e se for preciso meu chefe mesmo contrariado pode atestar que sou confiável, ah e é claro não estarei cuidando dele sozinho. (vi seus olhos franzirem em irritação mas continuei): - Agradeceria se você me desse os papéis para que tudo fique em ordem, mas garanto que ele vai para casa comigo, com ou sem a sua ajuda.
-Porque este desespero Ethan? Vai adotar um filho já que eu não quis lhe dar nenhum?Ou você tem complexo de herói, acha que pode salvar todo mundo?
- O mundo não gira ao redor do seu umbigo bonito Brianna. Sei que nem sempre eu posso salvar a todos, mas se conseguir salvar um, ja ganhei o dia. E eu não estarei... sozinho. – e ela ficou vermelha e me ocorreu que ela ainda podia sentir alguma coisa por mim e resolvi baixar a guarda. Suspirei e disse:
- Olhe isso...- e abri a camisola do hospital e mostrei as costas do bebê, onde havia uma mancha em forma de um mapa.
- É tão parecida com a minha e a de Brian...Ele é...um dos nossos?
- Não sei, tudo o que pensei quando vi isso era ganhar tempo para descobrir antes que alguém o coloque nos sistema.Depois da história do Tristan, acho que não custa nada investigar.Então vai me ajudar?- ela assentiu e saiu do quarto.
Passou ainda uma hora, antes de que ela voltasse trazendo os papéis me dando a guarda provisória do garoto. Como ele já estava de alta, peguei suas coisas e logo que alcancei a parte lateral do hospital, aparatei com ele, próximo do abrigo. Olhei para seu rosto adormecido e acabei perguntando, esperando ouvir uma resposta que eu sabia que não viria:
- Quem é você?

Continua...

Posted: sábado, 8 de janeiro de 2011 by Nicholas O'Shea in
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A ambulância chegou ao Hospital Geral de Londres transportando Connor 20 minutos depois do acidente. Eu fui junto dele, não houve quem me impedisse. Ethan já estava esperando do lado de fora e o acompanhou direto até o centro cirúrgico, me deixando na sala de espera sem saber o que fazer primeiro. Só depois de completar três voltas pela sala foi que consegui discar o numero da casa dos pais de Connor, para avisar o que havia acontecido.

- Como ele está? – Nick entrou na sala escancarando a porta, seguido por Otter e Nigel.
- Não sei, ninguém diz nada! Ethan e Brian estão lá dentro há quase meia hora, mas não podemos passar daqui.
- E os pais dele?
- Já estão a caminho.
- Então só nos resta esperar.

Otter apertou meu ombro e me empurrou até a poltrona, me forçando a sentar junto com eles. Eu não conseguia ficar parada. Um sentimento de culpa enorme tomava conta de mim. Se tivesse seguido as instruções do treinamento e atirado quando o homem avançou, ele não estaria naquela situação. Se alguma coisa desse errado na cirurgia, nunca seria capaz de me perdoar.

Ficamos mais de uma hora na sala de espera e nesse tempo Brianna e os pais dele chegaram apavorados. Expliquei o que havia acontecido, incluindo que ele havia levado o tiro porque eu não havia atirado no seqüestrador primeiro, os pais dele foram autorizados a ir um pouco mais além para conversar com um outro médico, enquanto Connor ainda estava na cirurgia.

- Pare de se culpar! – Brianna brigou comigo, sentada ao meu lado – Você não é a culpada pelo que aconteceu!
- Brianna tem razão, Becky, pare com isso! – Nick falou andando de um lado para o outro – Foi um acidente, não foi você quem atirou nele.
- Falem o que quiser, mas se ele não sobreviver a isso, eu nunca vou conseguir me perdoar sabendo que poderia ter impedido.
- Então pode ficar tranqüila, ele vai sobreviver – Ethan abriu a porta do Centro Cirúrgico e todo mundo levantou.
- Ele está bem então? Podemos vê-lo? - perguntei afoita e todo mundo encarou Ethan ansioso.
- Calma todo mundo! O quadro dele está estável, mas ainda vai ser mantido na UTI por um tempo, portanto só os pais dele podem entrar. Brian está com eles.
- Mas ele vai ficar bem? – insisti.
- Ainda não posso responder essa pergunta com 100% de certeza – Ethan falava sério e aquilo só estava me deixando cada vez mais em pânico – Mas correu tudo bem na cirurgia e o esperado é que ele acorde amanhã sem nenhuma complicação.
- Ethan, você está deixando ela ainda mais assustada – Brianna apertou meu ombro e olhou para ele tentando dizer alguma coisa.
- Becky, não precisa se preocupar, tenho certeza que ele vai sair dessa totalmente recuperado – ele me encarou e já não tinha o ar tão serio. Era menos o Ethan médico e mais o Ethan meu amigo – Ele não vai acordar hoje porque está sedado, mas amanhã vamos poder avaliar melhor.
- O fato de estar estável é bom, não? – Nick perguntou mais calmo que eu.
- Sim, muito! Significa que os riscos de alguma complicação são menores.
- Viu? Ele vai ficar bem? – Brianna falou animada.
- Agora eu aconselho todo mundo a ir pra casa e descansar. Voltem amanhã no final do dia, ele já deve estar acordado.
- Não, não vou sair daqui enquanto ele não abrir os olhos – bati o pé. Ninguém ia me tirar dali.
- Becky, você não vai poder fazer nada aqui. Não vai poder entrar na UTI, vai ficar 24 horas na sala de espera? – Nigel falou e os outros apoiaram.
- Eu não vou embora.
- Deixa ela, gente – Brianna me apoiou – Voltem pro trabalho, digam que Connor vai ficar bem e eu fico aqui com ela.

Eles ainda relutaram um pouco, mas acabaram cedendo e foram embora. Ethan ainda conversou comigo mais um pouco, mas Micah e Wes, os irmãos de Connor, chegaram esbaforidos atrás de noticias e ele os acompanhou até a UTI, deixando Brianna e eu sozinhas na sala de espera.

- Vai mesmo passar a noite aqui, e sei lá quantas horas, até ele acordar? – ela perguntou e eu assenti – Uau.
- O que?
- Estava pensando se Ethan passaria um dia inteiro sentado numa sala de espera só esperando que eu acordasse.
- Claro que ele ficaria. Ele ama você.
- Ah, exatamente onde eu queria chegar.
- Ai Brianna, por favor, não estou com cabeça pra isso agora.
- Pois eu acho que essa é a hora certa, temos bastante tempo pra conversar agora. Eu não vou a lugar nenhum, e você?
- Eu tenho namorado, pare com isso.
- E desde quando isso impede que você ame outra pessoa? Você sempre gostou do Connor, só se conformou com o Alex.
- Eu amo o Alex, ok? Estamos juntos há 5 anos e eu sou feliz com ele.
- Mas ele não é o Connor – ela completou a frase pra mim – Não acho justo você estar com um cara legal como ele, pensando em outro.
- Em outro que não quer nada comigo. Não vou terminar algo concreto por uma coisa que pode nem acontecer.
- Você nunca nem tentou! – ela excedeu um pouco a voz, mas logo voltou ao tom normal – Merlin me livre, mas você poderia ter perdido a oportunidade de dizer a ele o que sente se algo mais grave tivesse acontecido hoje cedo.
- Nem me lembre disso, por favor.
- Esse deveria ser seu incentivo. Quando ele acordar, converse com ele. Diga a verdade, diga o que sente, o que sempre sentiu. Está tão certa de que ele não pensa em você da mesma forma, mas pode acabar se surpreendendo.
- Você sabe de alguma coisa que não está me contando?
- Só o que eu sei é que um cara que liga 10 vezes pra uma garota e diz que a ama, mesmo que bêbado, não considera ela apenas uma amiga. A bebida não faz a gente falar bobagens, mas sim verdades que não falaríamos sóbrios.

Fiquei calada um bom tempo, pensando no que ela havia dito. Por mais que tivesse me esforçado para esquecer Connor durante os últimos cinco anos, era obrigada a admitir que nada havia mudado. Estava indo tudo bem, até Alex me pedir em casamento na mesma noite que Connor decidiu beber além da conta e me ligar para confundir minha cabeça. E agora ele estava em uma cama de hospital e se não acordasse no dia seguinte, nunca saberia o quanto ele era importante pra mim.

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Era quase meio dia do dia seguinte e eu ainda estava no hospital, como havia dito que faria. Brianna ficou comigo até quando pôde, mas assim que amanheceu ela precisou ir embora. Nick passou no hospital logo cedo, antes de ir para o trabalho, pare me entregar uma roupa limpa, eu ainda estava com o uniforme da operação tática. Como ainda não havia nenhuma mudança no quadro de Connor, ele foi embora dizendo que voltaria à noite.

Já passava das 14h quando os irmãos dele passaram por mim apressados e depois de conversarem rápido com Brian, entraram no elevador e foram embora. Fiquei observando de longe tentando encontrar uma brecha para abordar Brian ou Ethan e saber o que estava acontecendo, mas não precisei ir até lá. Brian passou alguma instrução para a enfermeira daquele andar apontando para mim e depois caminhou até onde eu estava.

- Os pais deles foram para casa de manhã e os irmãos precisaram sair por um tempo, então pediram que deixasse você entrar no quarto dele se quiser.
- Quarto? – me espantei – Ele já está no quarto? Ele acordou? Quando foi isso?
- Calma, ele ainda não acordou. Foi transferido pro quarto agora pouco, está no 4º andar, quarto 410 – ele sorriu confiante e aquilo me tranqüilizou bastante – Pode ficar lá se quiser, ele deve acordar a qualquer momento.

Ele não precisou falar uma segunda vez. Desci de escada mesmo até o 4º andar e localizei o quarto dele, mas travei quando cheguei à porta. Ela tinha um quadrado de vidro e pude ver Connor deitado na cama, ainda dormindo, um monte de fios e um aparelho monitorando seus batimentos cardíacos. Não sei o porquê, mas não conseguia entrar.

- Você está aqui há quase 24 horas e agora que tem permissão para se aproximar, empaca? – ouvi a voz de Ethan ao meu lado.
- Não consigo deixar de pensar que ele está ali por minha culpa.
- Outra vez isso? Todo mundo já disse que você não é a culpada disso, foi um acidente. Pare de se torturar, ele vai ficar bem.
- Vai mesmo?
- Ele já está no quarto, isso nunca é mau sinal – ele piscou e abriu a porta pra mim – Entre logo, antes que ele acorde e não veja ninguém. E acho que ele vai gostar se você for a primeira pessoa que ele vê depois disso tudo.

Entrei no quarto devagar, como se fazer barulho fosse afetar alguma coisa. Fui direto para a beira da cama e não sei quanto tempo fiquei ali, parada, observando ele dormir. Passavam mil coisas pela minha cabeça, principalmente a conversa com Brianna. Por mais que negasse, sabia que ela estava certa. Precisava dizer a ele a verdade.

- Becky? – ouvi uma voz baixa e rouca me chamar e levei um susto quando vi que era Connor. Minha mão instintivamente procurou a dele.
- Connor! Ai graças a Merlin você acordou! – minha voz desesperada devia estar patética, mas não me importava – Você lembra o que aconteceu?
- Estávamos no metro, uma bomba explodiu nos trilhos e eu levei um tiro – ele falava com a voz ainda mole, tonto pela anestesia.
- Sim, eu estava com o seqüestrador na mira, mas não fui rápida o bastante e ele atirou em você. Sinto muito, devia estar mais atenta, mas o barulho da bomba me desconcentrou.
- Por que está me pedindo desculpa? Eu não culpo você por isso.
- Ainda assim, eu nunca ia me perdoar se você tivesse morrido
- Eu proíbo você de continuar se culpando – ele apertou minha mão – Não quero pense isso outra vez. Eu vou ficar bem.

Eu ia dizer, estava pronta pra começar a falar, mas naquele momento o irmão dele, Micah, entrou no quarto. Deveria ter ficado frustrada, mas me senti aliviada. Não tinha ensaiado o que dizer e podia me atrapalhar, talvez até travar e não conseguir dizer nada, então quando ele entrou, decidi o que fazer. Ele ainda segurava minha mão quando reclinei o corpo para cima dele e o beijei. Senti que ele ficou tenso na hora, com certeza surpreso, mas no mesmo instante correspondeu ao beijo.

- Vou deixar você com seu irmão e ir pra casa descansar, volto mais tarde com o resto da turma – disse me afastando e sorri para Micah me despedindo.

Se não tinha coragem para falar, a única solução era demonstrar. E agora que não tinha mais volta, podia pensar direito no que dizer a ele quando tivéssemos outra oportunidade de ficarmos a sós e também pensar no que fazer em relação ao Alex. Mas naquele momento tudo que eu queria era tomar banho e desmaiar na minha cama, sem pensar em nada.