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Sexta feira, Novembro de 2017, Hospital John Radcliffe, Londres.
- Olha quem veio visitar o papai!- disse Brianna entrando na
sala dos médico onde eu estava com alguns colegas vendo as fichas de alguns
pacientes, e descansando da marcação cerrada dos meus novos internos. Ela
estava com Lance no colo e todo mundo parava para ver meu filho, que ao me ver
esticou os braços e gritou coisas ininteligíveis mas que deviam ser boas, pois
ele sorria feliz.E eu confesso que me sentia aliviado em chama-lo de filho,
desde que sua guarda definitiva foi passada para nós, há dois meses atrás.
- Hey carinha, ficou com saudades?- perguntei enquanto o
pegava e ele me abraçava confiante, deitando a cabeça no meu ombro,
resmungando. Acho que ele devia estar respondendo a minha pergunta, pois
adorava ‘conversar’:
- Tudo bem com ele? – quis saber após beijar minha mulher.
- Ligaram da creche, pedindo para buscá-lo. Ele estava um
pouco febril e enjoado para comer. Só se animou quando disse que viríamos
visitar você. Daqui a pouco vamos subir para ver a Miranda. – assenti, pois
Miranda Donovan, era nossa pediatra residente, e muito competente. Sentei-o na
mesa e enquanto eu pegava o termômetro que trazia no bolso para examinar o
bebê, Brian abriu a porta e sorriu para a irmã, mas antes de fechar a porta disse
por cima do ombro:
- Daqui a pouco farei uma laparoscopia e ainda não decidi o
interno que vai me acompanhar, pois estou com fome... Vão! – e pela janela da
sala vimos os quatro internos da cirurgia que o acompanhavam como se fossem
sombras saírem correndo em direção à lanchonete.- rimos, pois o mesmo acontecia
comigo.
- Oi amigão, veio ver onde vai trabalhar com o titio? Mana,
você está linda como sempre.- abraçou a irmã e passou a mão na cabeça de Lance
bagunçando seu cabelo e recebeu um resmungo engraçado, enquanto Brie fingia
estar chocada:
- Brian! Você não tem vergonha de
abusar destes coitados?- e ele respondeu:
- Faz parte do aprendizado: ‘manda
quem pode, obedece quem tem juízo’. E eu não fiz nada, só disse que estava com
fome. – e eu o apoiei:
- Verdade, em nosso tempo,
nem precisavam nos avisar, compramos muitos frapuccinos para a tia Louise ou
espressos pra tia Sam...- e ele completou:
- Bolinhos de mirtilo pra Morgan...O
que andam ensinando na faculdade hoje em dia? - e eu ri querendo saber:
- Algum deles já vomitou?
- Não, mas um dos rapazes,
desmaiou na galeria quando me viu reparando um intestino delgado.E os seus?-
sorri perverso:
- Todas as fichas estão
atualizadas, nosso estoque está abastecido com as últimas novidades em
suturas..(ao olhar interrogativo dele, respondi): - Carter é ótimo em novas
aquisições...Assim sendo, hoje vou embora mais cedo.- dizia enquanto apontava a
nossa nova cafeteira, e Brian suspirou enquanto se servia de café fresco.
- Vocês são maus. Mas gostei da
ideia de você chegar mais cedo em casa. – disse Brie piscando para mim, terminei
de examinar Lance, e disse:
- Acho que é só um resfriado, mas
é bom confirmar com a Miranda.Os dentes nascendo o deixam enjoado também. – nesta hora bateram na porta e uma enfermeira
entrou dizendo:
- Doutor Warrick, sua irmã e sua sobrinha
estão procurando o senhor.- e deu passagem para Haley e Keiko. - fui recebe-las
no meio do caminho perguntando preocupado:
- Pepper?Kika? Aconteceu alguma
coisa?
- Estávamos em dúvida entre fazer
faxina ou ir ao St. Mungus, ficamos com a segunda opção, mas nem conseguimos ver
nossos namorados usando jaleco e salvando vidas, tia Louise faz marcação
cerrada, mal deu tempo de fingir uma doença, e ela nos botou para correr.- disse
Keiko rolando os olhos.
- Optamos em ver você e Brian, os únicos médicos
bonitos que podemos apreciar....Mas sinto muito, agora eu me rendo à coisa mais
lindinha do mundo.- respondeu Haley e foi para o lado do meu filho que não se fez de rogado com as
suas admiradoras, e tampou o rosto num claro convite para brincar de esconde
esconde.Ouvimos uma batida na porta e um dos sombras de Brian, entrou com um
saco de papel de onde saia um cheiro bom, dizendo:
- Sanduíche de bacon com salada,
fritas e molho extra, do McGees Seu favorito doutor McGregor. – e quando Brian
pegou o saco de papel, seu bip soou alto. Após olha-lo ele disse:
- A hora do play acabou. Até
depois meninas.- passou o saco de papel para mim e deixou seu interno sem saber
se o acompanhava ou não.- olhei para o rapaz e disse:
- Está esperando um convite?- e o
rapaz saiu correndo atrás de Brian.
- Vou subir com o Lance até a
pediatra, gostariam de vir comigo?- convidou Brianna e Haley me olhou daquele
jeito dela, quando queria desabafar e eu disse:
- Leve a Keiko com você, amor, eu
queria falar um pouco com a minha irmãzinha e depois ela encontra vocês, ok?-
elas assentiram e Haley ficou comigo.
- Então, o que está te chateando? Deve ser grave, você odeia vir ao hospital por causa das almas penadas. - e ela após suspirar disse:
- Não são almas penadas, já disse
que são espíritos confusos que precisam de ajuda. Briguei com o Justin...Quer
dizer, ele é que está irritado, sem falar comigo comigo e eu não fiz nada... – cruzei
os braços ao encara-la e ela disse:
- Quer dizer, ele ficou todo
ofendido, porque ofereci pagar o curso de medicina para ele na mesma faculdade
da Clara.
- Wow, você ofereceu Oxford?
Entendo porque o garoto ficou nervoso.
- Você não está me ajudando.- ela
disse fechando a cara e eu a ignorei:
- Sei que teve boa intenção, mas
ele quer vencer por esforço próprio e nenhum cara gosta muito de depender
financeiramente da namorada ou do dinheiro dos sogros.
- Eu sei, mas ele seria um ótimo
médico, tem talento, você mesmo já disse isso. E com a morte do pai dele, eu
queria ajuda-lo de alguma forma, afinal estamos juntos, e não é dinheiro do
papai, é meu. Posso fazer o que quiser com o meu dinheiro, não? Aposto que se
fosse o contrário, ele me ajudaria.Será que você não poderia conversar com ele
e mostrar que orgulho não leva a nada?
- Huum...Agora chegamos ao motivo de sua
visita. Você quer que Justin ao invés de ficar irritado com você, fique zangado
comigo?- e ela teve a decência de fingir espanto:
- Claro que não! Só estou falando
nisso porque você perguntou.- sorri e disse:
- Eu acho que não é tanto o orgulho
que faz com que ele rejeite a sua oferta generosa, mas o fato de agora ele ser o
homem da casa, e querer resolver as coisas como o pai teria feito. Eu admiro isso.
E você há de convir, que por um bom tempo, ele precisa estar mais perto da família
e da tribo, e ir para Oxford, vai tornar isso quase impossível. Mas dê um
tempo, não o pressione e se ele quiser ajuda para a faculdade, eu ofereço um
empréstimo, talvez isso ele aceite.- e ela sorriu concordando:
- Sim, isso ele aceitaria, nem que
fosse para te dar um rim em pagamento. Eu sabia que falar com você, deixaria
tudo mais fácil. – e me abraçou feliz, nessa hora outra enfermeira entrou na
sala e disse apressada:
- Doutor Warrick, ambulância
chegando em dois minutos.- assenti e ensinei minha irmã a chegar até a
pediatria e fui para a porta da emergência esperar o meu próximo paciente.
o-o-o-o-o-o-
- O que temos aqui, Sarah?-
eu quis saber, enquanto recebia a maca com um paciente desacordado dos
paramédicos.
- Izabel Burns, 10 anos, encontrada desmaiada em seu quarto,
suspeita de overdose de remédios para dormir.
Administrei 2 ml de narcan no local, pois estava sem respirar, pusemos
no oxigênio, não sei se ela tomou mais alguma coisa... A mãe adotiva, disse que
não tinha tempo de ficar de olho em uma menina problemática. - ela disse revoltada,
me entregando as embalagens de remédios vazias, enquanto eu examinava as
pupilas da criança. A menina apesar da idade declarada, parecia mais nova, e
quando fui verificar seu pulso, vi que ela tinha cicatrizes antigas, indicando
que não era a primeira vez que ela tentava se matar. Droga, não sairei mais
cedo hoje.
Minhas sombras estavam perto de mim acompanhando tudo o que
eu fazia e eu ia explicando os procedimentos, afinal eles estavam ali para
aprender, mas eu não ligava. Havia aprendido a me concentrar no paciente por
mais caótico que o ambiente estivesse. Após fazer tudo que era possível por
Izabel, mandei transferi-la para um quarto, solicitei avaliação psiquiátrica,e
mandei uma de minhas internas ficar de olho nela e ir me atualizando.Nesse meio
tempo, fui levantar a ficha da paciente.Liguei para o Serviço Social e consegui
com meu contato a ficha de Izabel. A consulta de meu filho havia terminado e
Brianna iria leva-lo para casa e as meninas foram com ela, fazer uma noite das
garotas, já que eu demoraria a sair do hospital, pois tinha havido um acidente
com um ônibus de turistas.
Mais tarde quando o hospital estava relativamente calmo,
sentei para tomar um café enquanto relia a ficha de Izabel. Ela ja havia
passado por pelo menos cinco casas diferentes, e isso desde os cinco anos de idade,
após a mãe viúva, morrer em um acidente trabalho. Nenhum familiar quis assumir
a guarda da criança, que era considerada problemática, devido a crises de asma,
e com problemas de aprendizado, porém os exames feitos não atestavam nenhum
problema físico, já que os testes de QI, feitos pelo serviço social, revelavam
uma inteligência acima da média. Vendo sua ficha com os atendimentos, inclusive
a tentativa de suicidio, um ano antes, me levou a crer que seu principal
problema de adaptação era emocional. E a casa aonde ela estava já contava com
mais 4 crianças em idades variadas. Meu contato havia dito que aquela seria a
última chance da garota em uma casa supostamente normal, e caso não se
adaptasse voltaria para um abrigo, de onde sairia quando se tornasse maior de
idade. Naquele dia, depois da minha
última ronda, passei em seu quarto e vi que ela continuava a dormir. Fui embora
para casa, porém não parava de pensar na situação daquela criança.
No dia seguinte, fui ao quarto dela e a encontrei deitada na
cama fingindo dormir.Mesmo assim me apresentei e disse que estava ali para
ajudar, e que quando ela se sentisse pronta gostaria de conversar com ela, e
fiz isso várias vezes durante o plantão. Sabia que ela me ouvia porque suas
pálpebras tremiam e sua respiração mudava. Esta foi a rotina por dois dias, no
terceiro dia estava terminando de assinar um pedido de tomografia, quandi vi a
interna que eu havia mandado ficar de olho em Izabel, conversando com um de seus
colegas.
- Hey Eckle, porque está aqui no corredor e não com a minha paciente?
– e ela se engasgou.
- Ela teve uma crise histérica na hora que o psiquiatra
começou a consulta-la.Fui dispensada...Ou não...- disse quando viu a minha expressão
irritada enquanto me encaminhava para o quarto de Izabel. Ao chegar ainda
encontrei o atendente de psiquiatria fazendo anotações na ficha da paciente e
ela estava apagada e com o rosto ainda molhado pelas lágrimas, enquanto seus
braços e pernas estavam amarrados.
O quarto estava todo bagunçado e vi que a
assistente social que estava lá, era Maxine Latif, uma velha conhecida.
- Isso era necessário, Vince? É só uma criança.- perguntei
severo para o meu colega, enquanto apertava a mão de Maxine.
- Ela se recusou a conversar comigo, e quando tentei me
aproximar, ela teve uma crise, arrancou o soro do braço sem nem sentir, acertou
uma das enfermeiras com a bandeja de comida e eu nem fiz nada...- vi que ele
trazia arranhões nas mãos e rosto.
- Mas eu estava fazendo progressos...Vocês a assustaram com
alguma abordagem descuidada.
- Não queira ensinar o meu trabalho, doutor Warrick.- e
vi que Vince estava irritado:
- Desculpe, doutor Cooper. Deixei-me levar pela emoção.
Estamos com o mesmo objetivo aqui. - e ele se apaziguou, quando o encarei
sério, afinal eu era o chefe dos internos.
- Achei necessário para preservar a integridade física da
paciente. Ela tentou se matar antes e não queria ela fazendo isso de novo
enquanto gritava que eles iriam machuca-la, isso depois de saber que teria que
ir para um abrigo.
- Eles? Eles quem? Alguém das casas aonde ela ficou?- e a
assistente social disse:
- Izabel nunca reclamou comigo...Na verdade eram os pais que
pediam para que ela fosse recolhida por nós, pois ela assustava as outras
crianças.Diziam que ela era esquisita, antissocial e esta última família me pediu
que ela não voltasse mais, eles temem por sua segurança.
- Ela atacou alguém? Matou algum bicho de estimação? Não
sente remorso? – indaguei.
-Não doutor, mas acho melhor não esperar que isso aconteça.
Gostaria muito que alguém tivesse uma chance de se conectar com ela para que
pudéssemos saber como ajuda-la. – disse a assistente social e o médico disse:
- Vou ter que transferi-la para a clinica psiquiátrica, é a
regra em casos de surto.
- Não faça isso ainda. Deixe-me tentar mais uma vez, Vince.
- Ela é perigosa para si mesma...Lá teremos mais recursos.-
ele teimou, mas eu insisti:
- Na clínica ela vai estar sedada a maior parte do tempo, e
sabemos que isso não é o ideal para uma criança que claramente precisa de nossa
ajuda, e ainda não tentamos tudo, sei que posso alcança-la. Sabe que sou bom
com crianças, e você conhece a minha mulher, ela pode me ajudar, por favor?-
olhei o médico bem nos olhos e ele desviou os olhos para a assistente
social que após pensar um pouco, assentiu:
- Vou fazer a visita novamente ao final do meu plantão, se
você conseguir algo até lá...Mas se houver mais algum incidente, ela vai para a
clinica. Estou sendo claro, Ethan?- disse Vincew se rendendo e depois saiu
porta afora. Sai para o corredor e gritei:
- Eckle?- e a minha interna veio correndo e nem dei tempo
para ela respirar:
- Seu trabalho hoje é ficar colada na Izabel, e se ela
respirar de forma diferente, quero que me chame, caso isso não aconteça pode
dar adeus ao seu emprego. Fui claro?- ela assentiu, caminhei pelo corredor e a
assistente social veio junto comigo:
- Doutor Warrick, porque está tão interessado em Izabel?
Sabe de algo que eu não sei?- suspirei e disse:
- Eu gostaria de tentar tudo que estiver ao meu alcance por
esta menina, pois tenho a sensação de que é o certo a se fazer, pode aceitar
isso, Max?- e ela me olhou especulativa:
- Eu o conheço e sei que costuma agir certo, e espero
realmente que algo de bom saia disso. Nos veremos ao final do dia doutor.- nos
despedimos e eu fui ver os outros pacientes.
Passadas duas horas voltei ao quarto de Izabel e ela estava
de olhos fechados. Aproximei-me da cama e disse:
- Sei que está acordada, pode olhar-me enquanto
conversamos? É só o que peço.- ela abriu os olhos e eu sorri:
- Oi, você já sabe quem eu sou. Vou desamarrar você, porque
acredito que você não quer machucar ninguém.- a soltei e ela olhou os pulsos
avermelhados. Estendi uma bisnaga para ela, que pegou por instinto:
- É uma das manipulações do meu pai, vai ajudar com as
marcas. - ela ficou olhando a embalagem em sua mão e eu continuei:
- Izabel, sei que você teve uma vida difícil, e que não é
fácil quando parece que ninguém se importa com a gente. Eu sei como é isso,
também já estive no sistema, e cheguei a pensar que morreria nele. Porém, eu
tive a sorte de conhecer pessoas que se importavam comigo, mesmo sem me
conhecer, eu gostaria de fazer o mesmo
por você, se você aceitar.- ela arregalou os olhos e começou a usar o creme que
eu havia dado a ela. Aproveitei que ela estava focada em mim.
- A assistente social me contou, que você teria que ir para um abrigo e eu gostaria de oferecer a
você uma vaga no local que eu e minha esposa temos. É um lugar próprio para as
pessoas se sentirem seguras e eu garanto que não vamos amarra-la, você terá
ajuda, poderá ter uma vida normal.- ela largou o creme, senti que ela se
distanciava, quando achei que ela não
fosse mais notar a minha presença ela disse:
- Você é um daqueles esquisitos?
- Que esquisitos?
- Aqueles que gostam de crianças pequenas ou só de
meninas....
- Não, eu não gosto de crianças ou de meninas. Não deste
jeito. Sou pai, tenho sobrinhos e sobrinhas e eu levo a minha função muito a
sério. Porque? Alguém tentou alguma coisa com você? Quer falar sobre
isso?-pressionei e estiquei o braço para pegar na mão dela, ela se retraiu. Quis
bater minha cabeça na parede por ter sido impaciente. Respirei fundo e tentei
novamente:
- Foi por isso que você surtou com o doutor Cooper, não é?
Por um homem querer toca-la?- e ela assentiu rápido, ficando vermelha.
- Eu sei como é.- e ela me olhou curiosa, senti que baixava
um pouco a guarda e me animei:
- Quando fui adotado, demorou muito para eu tolerar o toque
da minha nova mãe, o que foi um pouco complicado, porque ela é muito de afagos,
beijos sabe? E meu pai...Mesmo sendo o homem mais bondoso do mundo, só
conseguiu ganhar um abraço, sem que eu tremesse todo, depois de muito tempo,
mas ele teve paciência e esperou eu estar pronto. Nem todo mundo que é bom, quer algo em troca,
Izabel.- ela assentiu mas vi que ainda continuava com medo e disse muito baixinho,
e eu tive que me inclinar para a cama para tentar ouvi-la:
- Mas este lugar para onde você quer me levar, tem onde me
esconder deles?Posso ficar em um quarto só meu? É mais seguro e eles não podem
fazer mal aos outros...
- Sim, você poderia ficar em um quarto só seu, mas de quem
você tem medo?- e ela acenou com a mão para que eu me aproximasse dela, e
quando eu estava bem perto, ela colocou as mãos em concha sobre sua boca e sussurrou
em meu ouvido. Depois de ouvi-la, eu entendi o motivo de tantos problemas
emocionais. Meus instintos estavam certos, Izabel realmente precisaria de ajuda
antes que enlouquecesse e eu sabia a quem recorrer.